domingo, 20 de março de 2011

Ainda a fiscalização

Crê-se que a intervenção (expedita) da Autoridade para as Condições de Trabalho permitirá a mudança da cultura empresarial portuguesa e, consequentemente, a adopção de uma postura mais honesta em relação aos estagiários.

Mas não são só os recém-licenciados que se deparam com engodos no seu percurso profissional.

A seguir aos estágios curriculares e profissionais vêm os falsos recibos verdes.

Tem-se falado muito em estágios pois é um fenómeno florescente nos dias que correm, mas não é de menor importância a precariedade de quem se torna efectivo de empresas de trabalho temporário em funções administratitvas e de call center (para ser obrigado a rescindir o contrato sempre que muda a ETT que presta serviços à empresa utilizadora), quem a seguir a um estágio profissional "fica" na empresa onde estagiou a receber o ordenado mínimo e outro tanto "por fora, quem excede o limite temporal da renovação do contrato a prazo e se vê no desemprego porque a empresa por política não passar ninguém aos quadros, ou quem trabalha 7 anos na mesma empresa a "falsos" recibos verdes e não tem férias, pois se não trabalhar não ganha,,,

A realidade é bem complexa e, infelizmente, está para além dos falsos estágios, já que contempla inúmeras situações de falso emprego, emprego precário e exploração do outro pelo outro. E o tempo passa. Passm os vintes, os trintas e chega-se aos quarenta assim, num instante, com uma vida toda ela precária.

Contra isto só posso dizer que não me calo e o que peço é que não nos calemos TODOS!

Alguma coisa terá de mudar, ainda que a mudança possa ser mais lenta do que gostaríamos, para que haja salários justos e honestidade nas contratações.

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